31 março 2015

Por Dentro dos canhões: Munição

Nós, que viemos do wot há muito tempo, conhecemos muito 
bem o que atiramos, claramente limitados a balas AP, APCR, HE e HESH. Muitos pensam que durante a guerra, o avanço da engenharia de veículos blindados era exclusivamente voltada a canhões, mas como não era tão fácil assim fabricar um do 0, a primeira opção era tirar o máximo da peça, melhorando seu projétil até o limite.

Desativar blindados ou matar infantaria ?

Os motivos eram imensos e suas finalidades também. É simples, qual o seu intuito? seu tanque foi feito pra qual finalidade no campo de batalha ? temos balas que eram feitas pra matar ou injuriar infantaria, e outras especialmente para parar blindados, causando dano as partes mecânicas ou matar sua tripulação. Elas poderiam usar vários princípios que serão citados ao decorrer desta matéria.

não daremos enfase a infantaria para evitar que alguém de estômago fraco não pudesse ler :)

São eles:
  • Físicas : Utilizam a simples física para penetração, velocidade + massa.
  • Quimicas : Seu principio ativo era bater na blindagem e fazer com que algo a mais nela fizesse o serviço, geralmente são de baixa velocidade.
  • Mistas: Utilizam primeiro um e depois outro princípio para eliminar alvos.
Físicas:

  • AP (armor piercing): Penetrante / perfurante, uma bala normal que utiliza a cinética para penetração, não passa de uma bala de rifle grande, não tem segredos.
  • APC (Armor piercing capped): Perfurante encapada com polímero ou aço mais fraco, tinha o intuito de não deixar a bala estilhaçar, uma vez q o aço na frente dela sofre o impacto maior.
  • APBC (Armor piercing ballistic capped): Perfurante com encapamento balístico, essa bala possuía não só o encapamento para não deixar estilhaçar antes da penetração mas também um revestimento para deixar a ponta mais aerodinâmica. Isso diminuía o arrasto e mantinha o poder de penetração até o alvo.
  • APCR (Armor piercing composite rigid): Perfurante de composto rígido, possuía uma "flecha" em seu interior de menor calibre que o normal, geralmente feita de tungstênio ou metal mais resistente, em seu impacto, o envoltório, feito de aço mais frágil, se despedaçava e revelava o material perfurante.
  • APCNR (Armor piercing composite non rigid): Perfurante de composto não rígido, conhecida também por "Squeeze bore",tinha a mesma composição que a anterior, só q o material que envolvia o tungstênio era feita de polímeros, onde este era retirado pelo próprio canhão antes de ir em direção ao inimigo. Foi largamente utilizada em canhões britanicos com ponta especial para retirada do composto.
  • APDS (Armor piercing discarding sabot) : Perfurante de composto rígido com sabot descartável, ao sair do canhão, o sabot que encaixa a flecha ao calibre do canhão se abre assim que o deixa, fazendo com que só o composto rígido vá em direção do inimigo.
  • APFSDS (Armor piercing flying stabilizer discarding sabot) : Perfurante de composto rígido com sabot descartável e estabilizador de vôo, mesmo princípio da anterior, porém a "flecha" possui estabilizadores de vôo para não sofrer variação durante seu trajeto até o alvo.

Estas eram todas as perfurantes simples que tinham durante a guerra.


Químicas:

  • HE (High Explosive): Geralmente para destruir fortificações, como bunkers e casas em posições defensivas, porém, quando em alto calibre, poderia causar sérios danos a blindados, como exemplo os canhões 122 e 152mm russos.
  • HEAT (High explosive anti-tank): Altamente explosiva anti-tanque ou carga-oca, era um projétil que carregava um cone oco feito de cobre ou material que seria derretido e transformado num projétil seguido de um propelente capaz de chegar a temperaturas altíssimas. Quando em contato com a blindagem, causava a deterioração por temperatura e o cobre liquido era jogado contra a tripulação no interior do veículo.
  • HESH (High Explosive Squash Head): Sem nenhuma tradução pro português, eu mesmo chamaria essa bala de "Ponta de C4", não feita para penetração, sua ponta é feita de uma massa explosiva plástica que quando bate na blindagem, se espalha e sofre compressão, fazendo com que exploda. Essa explosão lança uma onda de choque pelo veículo, fazendo com que lance estilhaços na tripulação. Era largamente utilizada por britânicos, e era efetiva pois não causava danos primários no interior dos veículos, fazendo com que ficassem utilizáveis para combate.

Mistas:

  • APHE (armor piercing high explosive): Perfurante altamente explosiva, era a primeira escolha de qualquer tanqueiro durante a segunda guerra mundial, sempre a primeira escolha e somente se esta não penetrasse que eram vistos as outras opções. Se trata de uma munição perfurante normal porém com uma carga explosiva com sensor de segundo impacto dentro dela. Ela perfurava a blindagem, e quando ja dentro do veículo, entrava em contato com alguma coisa e explodia em seu interior, quase sempre fatal. Tinham variações como encapada e balisticamente encapada.

Essas eram as utilizadas para desativar blindados durante uma batalha, mais tarde daremos uma olhada nas munições utilizadas contra infantaria, e vou te contar, haja estômago forte '-' 
Abraços e boa sorte !!!

#ThirdShotCharm

WoT na História: KV-220

Muitos discordarão mas afirmo pela minha experiência: KV-220 é um dos melhores tanques do WoT, se não o melhor Tier 5. Mas sempre tive curiosidade em saber se o KV-220 é como tantas outras máquinas no jogo, se realmente existiu ou é mais uma "viagem" do escritório de Minsk... Pois fui atrás de saber mais sobre esse Pesado Premium Tier 5.


Tudo sempre começa no KV-1


O pesado KV-1 entrou em produção em 1940 com uma blindagem de 75 mm. Na época esta foi uma das blindagens mais espessas do mundo. No entanto, o KV-1 tinha muitos inconvenientes e os militares decidiram desenvolver um substituto.


Heavyweight de José Kotin
 

No verão de 1940, a fábrica Kirov de Leningrado e seu gabinete de projetos liderado por Joseph Kotin começaram a trabalhar em dois protótipos. Um deles era para ser armado com um canhão de 76 milímetros F-34 e outro com um canhão experimental, F-30 de 85 milímetros, desenvolvido pelo Bureau de Design Grabin. O chassi tinha 100 milímetros de blindagem e foi chamado KV-220 ou Object 220. Ele também é mencionado em documentos com o nome T-220.  Dependendo da fonte, a massa final do tanque atingiu entre 62 a 65 toneladas. O motor original do KV-1 se mostrou ineficiente para lidar com tanto peso e os projetistas do tanque acabaram alongando o casco para adicionar um motor mais potente.O KV-220 começou testes em janeiro de 1941. Durante os testes no campo de prova, seu motor quebrou no segundo dia e o veículo acabou retornado à fábrica. Em 1941, muito provavelmente na primavera, outro KV-220 foi reconstruído, mas nunca participou de testes.



KV-220 a KV-3
 
Ao mesmo tempo, a inteligência informou que a Alemanha estava desenvolvendo um pesado de 45 toneladas com blindagem espessa e um poderoso canhão. Vendo a necessidade de um projeto mais confiável que o KV-220, a fábrica bélica Kirov foi chamada para desenvolver um veículo com uma blindagem ainda mais espessa e um canhão 107 milímetros ZiS-6. O canhão já existia, de modo que o chassi e torre do KV-220 foi usado como uma plataforma de teste para o KV-3. Foi equipado com um motor de 850 hp que "puxava" quase 70 toneladas. Mas o  KV-220 não teve confiabilidade excepcional. Registros mencionam dificuldade de mudança de velocidades e a falta de componentes da suspensão. No entanto, até o início da Grande Guerra Patriótica, o tanque viajou mais de 1900 quilômetros. Com a invasão alemã atrapalhando o desenvolvimento de novas armas, o projeto KV-3 foi transferido para Chelyabinsk, mas ambos KV-220s foram deixados em Leningrado. Em outubro de 1941, eles acabaram equipados com torres padrão e canhões de 76 milímetros. Os tanques foram enviados para a 124ª Brigada de Tanques, que fez a defesa de Leningrado.




Protótipos na linha de frente

 Os dois protótipos do KV-220 foram perdidos em ações de guerra. O comandante da 124ª Brigada D. Osadchev recorda que um destes veículos foi perdido quando se chocou em uma ponte ferroviária sobre o rio Tosna em dezembro de 1941. O tanque perdeu sua torre e ficou inutilizável. Em 2013, Yuri Pasholok descobriu documentos nos arquivos centrais do Ministério da Defesa, que afirmou que o outro KV-220 permaneceu na 12ª Regimento Independente de Tanques até 1944. A torre original do KV-220-1 protótipo foi removido e utilizado na frente de Leningrado como uma caixa de medicamentos até 1944. 

Qapla'

#alegetbrz


Fontes:

- M.N. Svirin, Tankovaya Mosch SSSR volume 2: V Tyazheluyu Poru, Moscow, Yauza, Eksmo, 2008
- Sovetskiye Bronirovanniye Mashiny compilation, Moscow, Eksprint, 2002
- M. Kolomiyets, Istoriya Tanka KV, Frontovaya Illustratsiya #5, 2001
- CAMD RF documents provided by Yuri Pasholok

O primeiro de muitos




De todos os canais de comunicação dos Cangaceiros de Aço do Brasil sempre faltou um espaço para a análise mais profunda de diversos assuntos que cercam o World of Tanks. Sempre tentamos expor informações adicionais, principalmente em nosso Facebook, mas como o espaço era limitado nem sempre conseguimos ser efetivos.

Mas a partir de hoje, vamos trazer nesse espaço curiosidades e muita história sobre a Segunda Guerra e suas máquinas de batalha.

Sejam bem vindos ao Cangaço de Aço!