Nada melhor que uma máquina formidável de combate pronta para destruir tudo que cruzar seu caminho. Sem problemas! naquela época tínhamos o bom e velho Tiger I que fazia muito bem este papel, porém, antes mesmo de dermos uma olhada bem profunda nessa máquina, devemos lembrar quem deu ao tanque a fama de ser tão mortífero em campo de batalha. Assim surgem os ases senhores, pessoas com habilidades únicas em campo de batalha que, a sangue frio, fizeram história durante a guerra, seja por sobrevivência, número de inimigos mortos ou outros feitos extraordinários.
Hoje lhes trago Michael Wittmann, não o maior, mas talvez o mais lembrado ás alemão da Panzerwaffe.
Começamos pelo... começo:
Ele nasceu em 22 de abril de 1914, em um povoado chamado Vogelthal, na região de Baviera na Alemanha. Nascido em uma família de agricultores, no dia 30 de outubro de 1934 se junta ao exército alemão, e designado para o 19° batalhão de infantaria como Grefeiter ou no caso, Corporal. Com 22 anos, em 1936, ingressa na Allgemeine-SS, que era uma entidade paramilitar nazista criada em 1934 que posteriormente iria se juntar a waffen-SS. Em 1937 ele entra para a Leibstandarte-SS "Adolf Hitler" ou "LSSAH" e recebeu a classificação de SS-mann. Depois de um ano, Wittmann participa da ocupação da Áustria em uma divisão de carros blindados.
E de onde veio a fama?
StuG III Ausf. A - Recém fabricado na época |
No início da guerra, sua primeira experiência foi em uma invasão a Polônia, servindo como comandante do recém fabricado StuG III, durante a guerra dos balcãs. Realizando um "Spearhead" ao lado da 9° divisão panzer na Grécia no dia 6 de abril de 1941. Após 3 semanas a Grécia já havia sido conquistada e Wittmann é enviado para a Checoslováquia para uma remodelagem de sua unidade. Nenhum destaque até então, a não ser da enorme aptidão que soldados relatavam sobre seu SPG em campo de batalha.
Após sua remodelagem, ele foi enviado para o front leste, e em 1942, frequentando a escola de cadetes da SS, é elevado a SS-Untersturmfuhrer, ou no caso, segundo-tenente. É justamente em 1942 que Michael conhece Balthasar Woll, de apelido "Bobby" que, em equipe com o segundo-tenente, formariam uma das duplas mais mortíferas dentro de blindados. E é no mesmo ano transferido para o regimento Panzer SS 1, desta vez dentro de um Panzer III.
Panzerkampfwagen III Ausf. L de 1942 |
Deste tempo em diante foi só uma questão de tempo até todos notarem que ele fazia diferença e inclusive em 1943, ja comandante de um Tiger I durante a batalha de Kursk, ele ja seria o líder de um pelotão inteiro. Mas e os números? então, em 1944 recebia a cruz de cavaleiro de ferro pois a aquela altura já havia destruído mais de 88 blindados, fora as peças de artilharias inutilizadas. Michael e seu Tiger sobrevivem a batalha de Kursk.
Trivia: Durante a batalha de Kursk, documentos apontam que naquele dia, aproximadamente 30 tanques t-34, de diferentes versões seriam abatidos pelo 88 de Wittmann e Woll.
O grande feito:
Tiger de produção inicial n° 205 de Michael Wittmann |
Durante a batalha de Villers-Bocage, 3 divisões panzer foram destacadas para a tarefa, a SS-Panzerabteilung 101, divisão Panzer-Lehr e a 12° divisão Panzer SS Hitlerjugend. Uma cobrindo o flanco da outra, mais precisamente a 12° divisão cobrindo o flanco esquerdo das demais, com a de Wittmann posicionada no interior da cidade.
Os britânicos da 7° divisão blindada tinha a tarefa de explorar a cidade, e até aquele dia, apenas 3 tanques estavam funcionais na divisão do ás, pois 2 tinham sido danificados e estavam sob reparos. Sendo assim, ao avistar os britânicos muito mais cedo do que esperava, decidiu agir por conta própria, e inclusive mais tarde vinha a relatar:
"Não tive tempo para reunir a minha Companhia, em vez disso eu tinha que agir rapidamente, porque eu tinha que assumir que o inimigo já me tinha visto e me iria destruir. Eu saí com um tanque e passei a ordem para os outros de não recuar um único passo e para manter as suas posições."
Por volta das 09:00am, do dia 13 de junho de 1944, ele move seu tiger e surge na estrada Route Nationale 175 e ataca todos os tanques britânicos ali recuados, entrando mais a fundo na cidade, avista vários veículos de transporte estacionados e deixa-os em chamas incluindo as peças anti-tanque. Logo em seguida se move para o extremo leste da cidade, destruindo mais alguns tanques leves e médios. Vendo todo o estrago, os restos da divisão britânica tenta a retirada pelo centro da cidade, e mesmo em retirada, Wittmann ainda elimina um tanque pesado, dois tanques de observação de artilharia e um carro Half-track.
Em menos de 15 minutos, quase toda coluna da divisão britânica ja havia sido destruida ou inutilizada pelo Tiger.
Nem tudo são flores:
Foto de propaganda com os anéis de morte no canhão. |
tinha sido desativado durante esta batalha. Algumas fontes afirmam que ele teria achado um Sherman Firefly e falhado em destruir o veículo, mas ele mesmo afirma ter sido desativado por uma arma anti-tanque no centro da cidade antes da retirada das forças britânicas. O tanque utilizado em villers bocage não tinha sido o de numeração 205, mas sim 231, dado a ele dias depois do anterior apresentar falhas mecânicas.
Algum tempo depois recebe outro tanque Tiger novo em folha em sua última versão, o 007 em que seria sua própria sepultura.
Após todo o ocorrido, ele é visto como um herói pela coragem e por 25 de junho é condecorado por Hitler em pessoa,juntamente com sua tripulação, e é utilizado como propaganda para a juventude hitlerista. As pessoas precisavam de um herói de guerra em tempos difíceis.
Ah droga! Tinha que ser uma QF 17 pdr:
Chassi do Tiger I - n° 007 |
No dia 8 de agosto de 1944, pouco depois de receber todas as condecorações de seu feito, participou de uma pequena campanha em Cintheraux na França, pois julgava que o líder da divisão era muito inexperiente. Aproximadamente as 12:55am, sua divisão cai em uma emboscada de 3 divisões britânicas de blindados, e sob a mira de Joe Ekins dentro de uma floresta, é eliminado com um tiro em sua lateral, fazendo com que seu Tiger 007 pegasse fogo e a torre fosse jogada para o alto.
Até sua morte, Witmann reivindicou pelo menos 138 blindados de diferentes tipos ao longo de sua carreira, e se adicionarmos os números de peças e veículos, o número seria ainda maior.
Podemos notar que mesmo sendo um oficial de baixo escalão, passou a ser reconhecido pela grande maioria dos soldados alemães.
Torre do Tiger I - n° 007 |
Trivia: Bobby, não se sabe porque, não estava dentro do tiger 007 e sim em outro tanque, e mesmo muito ferido depois da emboscada, conseguiu sobreviver até o fim da guerra. Algumas fontes afirmam que Wittmann, em uma brincadeira, emprestou seu atirador mais experiente para o comandante com menos experiência em sua divisão com a intenção de equilibrar a mesma.
Bom pessoal, este é um dos primeiros ases que lembrarei vocês aqui, e ainda temos muitos a citar, como o comandante de Jagdtiger Otto Carius e o maior de todos Kurt Knispel.
Boa sorte no campo de batalha!
Por: #ThirdShotCharm
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